Câmara e CAU/BR realizam Fórum Interativo sobre crise no abastecimento de água

Evento marcado para o dia 13 é fruto de parceria do CAU/BR com a Comissão de Desenvolvimento Urbano

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A crise no abastecimento de água nas cidades brasileiras será o tema do terceiro debate do Fórum Interativo de Desenvolvimento Urbano, iniciativa da Comissão de Desenvolvimento Urbano (CDU) da Câmara dos Deputados em parceria com o CAU/BR. O evento está marcado para 13/09, quarta-feira, às 8h, na Câmara dos Deputados, em Brasília. Uma das debatedoras será a arquiteta e urbanista Mirtes Luciani, mestre pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), professora de cursos na área de sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo na Fundação Vanzolini e pesquisadora da Rede de Estudos do Ambiente. O sociólogo Edson Aparecido da Silva, coordenador da Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental, será o outro debatedor.

Haverá transmissão online em tempo real nesta página, com espaço para participação interativa. Pela janela abaixo, já é possível se inscrever e enviar perguntas e contribuições para o debate.

 

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Brasília

 

Principal reservatório do DF, Barragem do Descoberto está com menos de 30% da capacidade total

Principal reservatório do DF, Barragem do Descoberto está com menos de 30% da capacidade total (Foto: Tony Winston/Agência Brasília)

 

O maior exemplo atual da necessidade de repensar o abastecimento de água nas cidades é Brasília, que vive uma crise hídrica sem precedentes. Os reservatórios da cidade estão em 30% da capacidade máxima e toda a cidade enfrenta o racionamento de água: um dia por semana, o abastecimento é totalmente cortado em uma região do Distrito Federal.

No último dia 30 de agosto, o Ministério Público do DF e dos Territórios promoveu o seminário “O Lago Paranoá e a Crise Hídrica: desafios do planejamento urbano para Brasília”, que discutiu o tema. Para a arquiteta e urbanista Liza Maria Souza de Andrade, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), “sob a ótica do ciclo da água no cerrado, os grandes projetos imobiliários de expansão urbana em áreas ambientalmente sensíveis, como os propostos para a região da Serrinha do Paranoá, somados aos padrões insustentáveis de ocupação do uso do solo, de exclusão social, acarretarão impactos de longo alcance. É necessária a participação da população no processo de planejamento para promover a justiça ambiental e a visão ecossistêmica do saneamento e da infraestrutura”.

De acordo com a promotora Marta Eliana de Oliveira, da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente (Prodema), a crise hídrica está diretamente ligada à falta de planejamento urbano e ao crescimento desordenado das metrópoles. “O projeto de ocupação urbana de uma área ambientalmente sensível deve necessariamente adotar soluções que preservem os sistemas produtores de água”, defende a jurista.

Segundo a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento (Adasa), este é o pior momento vivido pela capital federal nos últimos 30 anos em relação à disponibilidade de recursos hídricos. De acordo com a curva de acompanhamento dos reservatórios que abastecem o DF, os meses mais críticos do ano serão outubro para o Descoberto, quando se prevê 9% de sua capacidade, e novembro para a bacia de Santa Maria/Torto, cujo nível pode chegar a 22%.

Parceria

O Fórum foi criado como espaço permanente de debates sobre os grandes temas nacionais relacionados às áreas de atuação da CDU e do CAU/BR. As audiências interativas serão realizadas toda primeira quarta-feira do mês, sempre com transmissão pelo E-democracia. O apoio técnico é dado pelo LabHacker da Câmara dos Deputados, grupo que promove o desenvolvimento colaborativo de projetos inovadores em cidadania relacionados com o parlamento. Em breve, poderão ser recebidas perguntas em vídeos ao vivo enviadas via celular ou computador. “Um dos objetivos da minha gestão à frente da Comissão é estimular o compartilhamento de conteúdo e o fomento às discussões propositivas. O Fórum vem nesta perspectiva, uma vez por mês, com parceiros respeitados na área, e realizado antes das reuniões ordinárias da CDU. Planejo que se torne um legado para o nosso colegiado”, declarou Givaldo Vieira.

Com informações da Câmara dos Deputados e do MPDFT


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