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Foto: Ana Araujo

Um primeiro passo rumo à construção de cidades capazes de contemplar as necessidades das mulheres e, através delas, todos os cidadãos. O 1º Ciclo de Debates Mulheres na Arquitetura: Cidades inclusivas para as mulheres reuniu representantes de todas as regiões do país em Florianópolis nesta quinta (12 de setembro). Conselheiras, arquitetas e urbanistas, representantes de instituições diversas e empresas refletiram sobre a falta de infraestrutura dos espaços urbanos.

A mesa de abertura, composta pelas deputadas estaduais Luciane Carminatti e Marlene Fengler; a deputada federal Carmem Zanotto; a conselheira federal Josemée Gomes (AL); e arquiteta Bárbara Martins Godeny, da Sercretaria de Estado de Infra-Estrutura e Mobilidade, representando o governador Carlos Moisés; e a a presidente Daniela Sarmento | Foto: Lívia Schumacher Corrêa

Primeiro de uma série de encontros promovidos pelos CAU/UF e CAU/BR, com o apoio da Câmara Federal (Bancada Feminina e Comissão de Direito Urbanístico – CDU), o evento aconteceu na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Recebidas pelas deputadas da bancada feminina da Alesc, as participantes tiveram a oportunidade de refletir e apontar caminhos para construir cidades mais seguras para todas e todos em uma oficina oferecida pela ONU Habitat.

A presidente do CAU/SC destacou que um dos méritos do encontro foi tirar o tema do direito à cidade da invisibilidade. “Todas nós temos direito à cidade. Nós, arquitetas, estamos trazendo conteúdo para este debate, mas não sabemos a resposta, por que a resposta está na usuária, na comunidade”, afirmou, destacando que as leis, como o Estatuto da Cidade, não tem sido suficientes para garantir a participação popular na construção do espaço urbano. “Acreditamos numa cidade participativa, temos leis pra isso, mas não vemos resultado. As cidades vem sendo construída para atender a diversas influências, mas não as nossas necessidades”, disse a arquiteta na mesa de abertura.

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Mulheres pensando a cidade

Mesa de abertura da noite, com a presidente do CAU/RD, Ana Cristina Lima Barreiros da Silva; representante da Comissão Temporária de Equidade de Gênero (CTEG) do CAU/RS, Roberta Edelweiss; a conselheira do CAU/MS, Neila Janes Viana Vieira; a presidente do Conselho Regional de Enfermagem, Helga Bressiani, representando também a presidência da Associação dos Conselhos Profissionais de Santa Catarina (ASCOP); a presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB, Rejane Sanches; a presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDIM), Célia Fernandes; a coordenadora do Movimento ODS SC, Katiane Vieira; e a advogada Luessa de Simas Santos, do escritório  Gouvêa dos Reis Advogados, signatária do movimento e apoiadora da ODS 5 | Foto: Ana Araujo

Por meio de uma metodologia dinâmica, as representantes do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU- Habitat), Daphne Besen e Paula Zacarias convidaram o público a avaliar aspectos como segurança, mobilidade e outras estruturas das cidades. Mulheres e também homens, divididos em grupos, puderam apontar problemas e alternativas para as situações enfrentadas pelas mulheres.

A programação noturna abriu com uma mesa composta por entidades e organizações representativas que prestigiaram e participaram ativamente do evento.  As palestrantes retomaram a palavra para contextualizar o trabalho da ONU Habitat diante dos desafios ligados ao tema.

Também houve espaço para apresentação de experiências práticas. A arquiteta e urbanista Neila Janes Viana Vieira falou sobre as medidas da prefeitura municipal de Campo Grande/MS para tornar o espaço urbano mais seguro e adequado para suas cidadãs.

Conselheira do CAU/MS, Neila atua nas áreas de infraestrutura urbana, planejamento urbano, plano diretor participativo, habitação de interesse social, loteamento e gestão democrática. Atualmente, faz parte da equipe técnica do Programa Reviva Campo Grande II. Realizado pela Central de Projetos/Segov, da Prefeitura Municipal de Campo Grande, o programa vem promovendo a Requalificação da Área Central da capital. “Uma cidade que está qualificada para acolher as mulheres acolhe a todos, por que é o gênero que cuida das famílias, as crianças e os idosos”, afirmou.

O Ciclo de Debates Mulheres na Arquitetura: Cidades inclusivas para as mulheres é um projeto desenvolvido pela Assessoria Parlamentar do CAU/BR em parceria com GT de Mulheres do Fórum dos Presidentes e Comissão Temporária de Equidade de Gênero do CAU/BR. Em Santa Catarina, teve o apoio da Câmara Temática Mulheres na Arquitetura, do CAU/SC. Depois de Florianópolis, o evento acontece no estado do Sergipe, em 19 de setembro, e repete em Salvador, Porto Alegre, Rio Branco, Brasília, Fortaleza e São Paulo e Rio de Janeiro.

 


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