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Na ilustração, Projeto bioclimático realizado para uma Clínica, na Colômbia.

Em 1972, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente, que passou a ser comemorado todo dia 05 de junho. Um dia que faz a gente pensar sobre o que temos feito durante todos os outros dias. Um dia para refletir sobre todos os nossos hábitos e entender que há muitos e muitos anos que o debate sobre meio ambiente e sustentabilidade deixou de ser coisa de ambientalista. Aliás, há de convir que, enquanto moradores da mesma “casa”, a conversa deveria, desde o início, ter sido estendida a todos. Donas de casa, estudantes, médicos, advogados, professores, garis, motoristas, vendedores (…) estejam conscientes ou não, a maneira como cada um exerce a sua função, gera um impacto em todo o meio. Da escolha da verdura até o material que vamos utilizar naquele projeto arquitetônico; lá está a relação do meio ambiente com a sustentabilidade (ou a falta dela).
Quando puxamos a responsabilidade para nós, enquanto arquitetos e urbanistas, eis que surgem as dúvidas: como incorporar referenciais mais sustentáveis?  Estamos prontos para uma retomada de valores que inclua a participação de profissionais de outras áreas que ajudem a entender melhor as ações pró-meio ambiente que podemos adotar no momento de aceitar um projeto? A seguir, um dado que reforça a urgência desse debate:  as edificações são responsáveis, hoje, por 47% do consumo de energia elétrica no Brasil, além de consumir a maior parte das matérias primas e emitir gases poluentes na atmosfera. Atuando há dez anos como consultora de projetos arquitetônicos bioclimáticos, a arquiteta Andrea Triana investe no emprego do “pensar sustentável” em cada trabalho que realiza. Segundo a profissional, a arquitetura deveria ser sempre bioclimática, ou seja, adaptada ao contexto climático em que se encontra. “A ideia é projetar edificações que sejam mais confortáveis para os usuários, com uso racional dos recursos energéticos, hídricos e de materiais que tenham durabilidade compatível com seu uso gerando, assim, impactos positivos onde se localizam”, comenta Andrea.
Quando questionada sobre o maior gargalo que temos em relação a elaboração de projetos sustentáveis, a urbanista diz: “Temos avançado muito em leis, mas ainda faltam algumas que deem incentivos a projetos que tenham maiores preocupações ambientais. Por outro lado, temos que poder fazer cumprir algumas leis que já temos. Como exemplo a Etiquetagem de Energia para novos prédios públicos federais e retrofits (lei desde 2014). A ideia é que essas edificações sejam construídas atendendo ao mais alto nível da Etiqueta de Energia Nacional (Nível A). Contudo, não se vê aplicação dessa lei por parte dos municípios. ” Ainda sobre a questão da conscientização em relação a temática do meio ambiente, Andrea destaca sobre o papel insubstituível do exemplo. “Penso que o exemplo de sustentabilidade poderia partir dos próprios edifícios e obras públicas. Isto seria uma maneira muito importante para educar a população de forma geral.  Acredito muito no poder da educação pelo exemplo”, diz Andrea.
Essa é a primeira matéria da série “Semana do Meio Ambiente” no CAU/SC. Durante os próximos dias, você verá por aqui vários temas referentes a sustentabilidade que podemos relacionar com a nossa profissão. Quer contribuir com essa pauta sobre meio ambiente? Então envie pra gente a sua sugestão para o email: comunicacao@causc.gov.br

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