Publicado no dia

Temos certeza que você sabe a teoria da lei ATHIS. Uma lei nacional que assegura que famílias com renda de até três salários mínimos recebam assistência técnica pública e gratuita para elaboração de projetos, acompanhamentos e execução de obras, sejam elas de edificação, reforma, ampliação ou regularização. Mas é no trabalho na prática que a oficina ATHIS, ministrada pela arquiteta e urbanista Cláudia Pires, focou. Membro dos Coletivos Virada Criativa, Arquitetos da Favela e Arquitetos pela Moradia, Cláudia usou exemplos de sua experiência para compartilhar uma noção de que é possível fazer assistência técnica, dimensionando inclusive a forma de fazer e localizando o problema da assistência técnica na sociedade.

Cláudia também falou sobre orçamento, sobre a viabilidade da assistência técnica e incentivou os arquitetos a tomarem seu devido lugar na sociedade que é o de promover a assistência técnica e mobilizar a sociedade em torno do assunto. “Na oficina o profissional sai com uma compreensão de que ele necessita fazer algo pela sua própria profissão. Valorizar o exercício profissional entendendo que a política nacional de habitação e de assistência técnica é o que vai levar a arquitetura e o urbanismo a um patamar melhor, de uma maior valorização por parte da sociedade, porque a sociedade vai começar a ver que a arquitetura tem seu lugar e seu valor”, contou. Bruna Chavez, arquiteta e urbanista em Lages, foi uma das participantes da oficina. Para ela foi uma complementação da capacitação on-line feita com o CAU/SC. “Está sendo bem legal ver essa questão na prática. A gente sai da teoria, das vídeoaulas e entra mais nessa prática de como atuar. Para a minha carreira profissional, eu já almejava na faculdade trabalhar com essa área, acho que é um nicho a se abrir e eu espero que consiga”, disse.

Foram feitos exercícios para provocar nos alunos uma reflexão sobre os custos, formas de fazer, de empreender, de trabalhar com a questão da arquitetura aplicada e da necessidade habitacional. “Trouxe minha experiência profissional para resolver problemas de melhorias habitacionais, de ampliação, de urbanização e de incorporação de baixo custo. Uma área que o arquiteto geralmente não executa e que é importante também para poder fazer novas cidades e para produzir habitação de interesse social com melhor qualidade”, compartilhou Cláudia. Para a estudante de arquitetura Tatiana Leonor Pacheco, não existe muito a abordagem do tema durante a faculdade. “Como a Cláudia falou, a gente trabalha só a concepção e não chega na execução, então é importante ter essa visão de como executar”, disse.

 


Deixe seu comentário