CAU/BR cria Comissão de Equidade de Gênero. Presidente do CAU/SC compõe a comissão temporária

Proposta da Comissão de Relações Internacionais foi aprovada durante a 89ª Plenária do CAU/BR.

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Do site do CAU/BR

Conselheiros do CAU/BR aprovaram a criação de uma Comissão Temporária de Equidade de Gênero no conselho, com o objetivo de cumprir a missão de promover Arquitetura e Urbanismo para todos – sem distinção de gênero. A principal finalidade da comissão é a produção e encaminhamento de proposta de política do CAU para a equidade de gênero, a ser aprovada pelo Plenário do CAU/BR com recomendações de ações para a sua operacionalização e atualização periódica em rede, envolvendo atores em todo o território nacional. Essa política deverá atender às seguintes diretrizes: promover a profissão de arquiteto e urbanista como uma contribuição para o desenvolvimento da sociedade e para a promoção da justiça social; contribuir com a implementação da Nova Agenda Urbana da ONU, que prevê a atenção às questões etárias e de gênero de maneira transversal em todos os seus compromissos; e contribuir para com o alcance do 5º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU: a igualdade de gênero.

Outra finalidade da Comissão de Equidade de Gênero é implementar na estrutura administrativa do CAU os princípios da plataforma Women Empowerment Principles (WEP), coordenada pelo Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) e a ONU Mulheres. Os sete princípios são: estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero; tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho; garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens que trabalham na empresa; promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres; apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento das mulheres através das cadeias de suprimentos e marketing; promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social; e medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da igualdade de gênero.

Dentre os resultados esperados para as ações da comissão, estão a construção coletiva da pauta das mulheres para a superação dos desafios do exercício profissional; a realização do ciclo de debates “As mulheres na Arquitetura e a Produção da Cidade Inclusiva”, em conjunto ao Fórum de Presidentes do CAU; o mapeamento e diagnóstico da produção arquitetônica feminina nacional; e articulação com coletivos e fóruns nacionais e internacionais para realização de evento em 2020 sobre Arquitetura e Gênero, em coordenação com o 27º Congresso Mundial de Arquitetos (UIA2020RIO), que acontecerá no ano que vem no Rio de Janeiro.

Cinco arquitetas e urbanistas comporão a Comissão Temporária de Equidade de Gênero. Serão duas conselheiras titulares do CAU/BR, Nadia Somek (SP) e Josemée Gomes de Lima (AL); a conselheira suplente Cristina Evelise (PB); e duas presidentes de CAU/UF, Daniela Sarmento (CAU/SC) e Gilcinea Barbosa (CAU/BA). Poderão eventualmente ser convidados representantes de CAU/UF ou de coletivos nacionais e internacionais. Dado o caráter extraordinário da comissão, o colegiado funcionará por plataformas digitais, como reuniões em videoconferências.

“A criação desta comissão é um avanço. As mulheres são maioria no Conselho, e vamos poder contribuir ainda mais com o futuro da profissão a partir da visibilidade do nosso papel”, afirma a presidente do CAU/SC, Daniela Sarmento, que compõe a Comissão Temporária de Equidade de Gênero

PROMOVENDO ARQUITETAS E URBANISTAS

A iniciativa surge para promover o reconhecimento de arquitetas e urbanistas no cenário nacional e no internacional. O Brasil possui atualmente 167.000 arquitetos e urbanistas ativos, sendo mais da maioria deles (63,10%) mulheres. Ainda assim, são poucas as arquitetas em posição de prestígio em premiações, concursos públicos e em cargos de gerência. Saiba mais aqui. Iniciativas semelhantes foram adotadas por outros órgãos e conselhos profissionais. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) e a ONU Mulheres assinaram um Memorando de Entendimento para promover igualdade de gênero. O Conselho Federal da OAB aprovou uma súmula que proíbe bacharéis envolvidos em casos de violência doméstica de obter inscrição na Ordem.


Fontes: SICCAU, SGM e ACI (CAU/BR)

No âmbito da arquitetura, há vários grupos e coletivos que promovem ações para fomentar a participação feminina e a equidade de gênero na profissão. O próprio Fórum de Presidentes do CAU/BR possui um Grupo de Trabalho informal de articulação sobre a pauta, que está atualmente organizando o ciclo de debates “As mulheres na Arquitetura e a Produção da Cidade Inclusiva”, com o apoio da Assessoria Institucional e Parlamentar do CAU/BR.

Dentre alguns dos coletivos que buscam a igualdade na Arquitetura, está o coletivo Arquitetas Invisíveis, criado por estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília; a ONG Arquitetas sem Fronteiras, de Minas Gerais; o coletivo nacional Arquitetas Negras, que visa abarcar estudos e mapear projetos trazendo um panorama contemporâneo da produção arquitetônica das arquitetas negras no Brasil; o GT Mulheres na Arquitetura, sobre arquitetura e gênero, do Sindicato dos Arquitetos no estado de São Paulo.


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