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Quem foi o arquiteto Dagoberto Koehntopp, referência no planejamento urbano de Joinville

Joinville, Norte de Santa Catarina, perdeu um dos seus arquitetos mais ilustres. Dagoberto Koehntopp, 81 anos, referência em planejamento e legislação urbanística, além de defensor e responsável pela preservação da invejável área verde dentro do perímetro urbano, especialmente o Morro da Boa Vista, morreu no último dia 29 de julho.

Dagoberto, arquiteto de Joinville

Dagoberto Koehntopp nasceu em Joinville em 20 de novembro de 39, se formou em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Paraná, em 1965, realizando estágios no exterior em 1967, pela University of Southern Mississipi; e na Alemanha, pela Prefeitura de Berlim e nas instituições Technische Universität e Freire Universität (também de Berlim).

A partir de 1967, ocupou o cargo de diretor da Assessoria de Planejamento Urbanístico da Prefeitura de Joinville, área que dirigiu, com muita competência, por dez anos.

Referência na área de gestão urbanística

“Ele trabalhava na prefeitura na área que eu mais gosto: legislação urbanística. Foi um espelho, uma referência que eu tinha na área de planejamento urbano e legislação urbanística”, disse Arno Kumlehn, arquiteto especializado em legislação urbanística.

Arno lembra que naquela época não havia tanta informação e tecnologia e, mesmo assim, Dagoberto conseguiu fazer coisas que até hoje muita gente tem dificuldade de executar.

Arno Kumlehn disse ainda que leu muito sobre trabalhos de Dagoberto, uma inspiração para a arquitetura e urbanismo.

No meio dos profissionais, de fato Dagoberto era unanimidade.

“A ocupação urbanística de Joinville teve forte influência dos pensamentos de Dagoberto”, concorda Chico Klein, arquiteto e conselheiro do Centro de Engenheiros e Arquitetos de Joinville.

“Foi um arquiteto moderno, avançado. Contribuiu muito para que Joinville tivesse uma visão moderna da cidade. Foi um profissional que, mesmo morando em Brasília, sempre ajudou Joinville e todos os profissionais”, complementa Gert Roland Fischer, engenheiro agrônomo e supervisor ambiental.

Outro arquiteto da cidade lembra que o Morro do Boa Vista estava sendo devastado e Dagoberto foi o grande responsável por conter a destruição. Foi gestor do Plano Diretor, participava de todas as tratativas na cidade, reuniões com entidades e pessoas envolvidas. Zelou pelo patrimônio verde e ajudou a desenhar a cidade.

O sobrinho Frederico lembra que Dagoberto sempre dizia que gerações futuras iriam entender a importância de uma cidade verde e da preservação.

“Ele tinha muito orgulho de Joinville”, afirma Frederico.

Além da herança da “Cota 40”, que proibiu construções acima de 40 metros do nível do mar, proporcionando um dos mais belos e apreciados montes verdes de Joinville – o Morro do Boa Vista – , Dagoberto Koehntopp deixou sua marca em outros equipamentos da cidade.

Foi, por exemplo, um dos idealizadores do Museu de Arte de Joinville (MAJ), no começo dos anos 80, na gestão de Luiz Henrique da Silveira. Dagoberto também desenhou a Casa da Cultura e foi o responsável pelo projeto de ajardinamento do Museu Sambaqui de Joinville, entre outras obras.

Nos últimos anos, Dagoberto Koehntopp havia se mudado para Brasília onde atuava como pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), local, inclusive, que se aposentou.

Desde fevereiro deste ano, Dagoberto estava de volta a Joinville. Morreu de parada cardíaca. Deixou familiares, amigos e admiradores de sua arte e pensamentos. Foi cremado em Joinville.

Informações do site ND Mais

 


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