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Das iniciativas para um CAU participativo: 2º Congresso Catarinense de Arquitetos e Urbanistas e seus resultados

Conselheiro do CAU/SC Christian Krambeck analisa as conquistas do Congresso Itinerante de 2016 e comenta o edital de patrocínio dos projetos prototipados durante o evento

Junior

Conhecer a realidade local, dialogar com os arquitetos e construir novas formas e modelos de atuação do Conselho: estes foram alguns dos objetivos e desafios no início das discussões, ainda em 2015, nas Plenárias do CAU/SC. Superados os entraves iniciais, principalmente a cultura de centralização em Florianópolis e a dificuldade aparente em deslocar todos os conselheiros, estrutura e funcionários para seis eventos regionais em Criciúma, Chapecó, Lages, Joinville, Blumenau e Florianópolis, foi possível realizar o 2º Congresso Estadual com um saldo positivo e uma certeza: a possibilidade de realizar pelo menos um grande evento descentralizado a cada três anos – período de cada gestão – só tem a contribuir com a valorização da profissão e efetividade do CAU/SC como instituição cada vez menos burocrata e engessada; cada vez mais dinâmica, flexível, inovadora e presente no cotidiano das cidades, escolas e profissionais.

Considerando o objetivo de fomentar a discussão sobre práticas profissionais, exercício profissional, estrutura das cidades e realidade das escolas em Santa Catarina, bem como em cada região, e visando compreender as transformações e tendências para a profissão neste século XXI, o Congresso foi um importante passo para a construção de caminhos possíveis. A partir da metodologia participativa e do design thinking, tivemos palestrantes e parceiros de nível nacional (de São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro e de Santa Catarina), oficinas participativas para cada um dos três eixos (cidade, escola e profissão) e três projetos construídos a partir de cada eixo para cada uma das seis regiões, totalizando 18 projetos. Importante destacar que os projetos nasceram da realidade concreta de cada região, a partir de oficinas participativas envolvendo arquitetos, estudantes, conselheiros e funcionários do CAU, já com a perspectiva de serem apoiados e financiados com investimento do Conselho, no valor de R$ 180 mil.

Outra etapa fundamental, que pode servir de referência e exemplo para as próximas gestões, foi a elaboração do Edital de Patrocínio para o apoio institucional e financeiro a todos os projetos, sendo R$ 10 mil para cada um, com contrapartida de R$ 2 mil de cada entidade proponente, que pode ser qualquer instituição sem fins lucrativos. A ideia é que cada um seja desenvolvido e implementado nas regiões de origem pelas entidades locais, que seus resultados estimulem e retro-alimentem novas possibilidades, discussões e projetos. Uma vez testados e validados, os modelos poderão ser adotados por outras entidades, em outras regiões do Estado ou até de outras Unidades da Federação.

A participação de aproximadamente 1.300 pessoas, o envolvimento direto de mais de 10 instituições de ensino, governos locais, entidades de arquitetura, convidados, palestrantes, amigos e parceiros dos arquitetos catarinenses, o investimento de R$ 180 mil em 18 projetos específicos e o grau de mobilização, participação e repercussão entre os arquitetos, mídia e população demonstram que construímos juntos um modelo adequado para os novos tempos e transformações em curso. Esperamos que todos os arquitetos se apropriem deste patrimônio, desta construção coletiva, que todos nós sejamos responsáveis pelo aprimoramento do atual modelo e sua reedição melhorada em 2019, talvez tendo como um dos eixos de discussão a fiscalização, sob uma nova ótica, mais inovadora, digital, participativa, efetiva e pedagógica.

O Congresso fez parte das iniciativas e tentativas para construir um CAU cada vez mais participativo, transparente, inovador, democrático, efetivo e presente. Qualquer coisa parecida com isso, qualquer avanço, só será possível de forma coletiva, em corresponsabilidade e co-criação entre todos os arquitetos, e, entre estes e a comunidade em geral, envolvendo também as escolas e entidades de arquitetura.


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