Arquitetos se reúnem em debate sobre reserva técnica e ética profissional

Encontro promovido pela Comissão de ética e Disciplina do CAU/SC aconteceu nesta quinta-feira, 11 de maio

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Mais de 100 pessoas, entre eles profissionais de arquitetura e urbanismos, estudantes e empresários estiveram nesta quinta-feira, dia 11, no auditório da Univali em Florianópolis para debater reserva técnica e ética profissional. O encontro com tema bastante polêmico teve o intuito dialogar sobre o código de ética da profissão, além de trocar experiências sobre boas práticas em arquitetura e urbanismo.

O evento teve início com um espetáculo teatral do grupo Cia Vanguarda. Em seis esquetes, os atores narraram de forma bem humorada algumas das irregularidades mais recorrentes em denúncias à Comissão de Ética e Disciplina do CAU/SC. Entre as encenações, os representantes da CED ainda comentaram a legislação que define as ações como irregulares. A atividade foi seguido por um Talk Show conduzido pela jornalista Simone Bobsin com a presença dos arquitetos convidados Fernando Rocco e Paulo Gobbi e do representante de lojistas, o empresário Rogério Lemos.

Durante o diálogo, o arquiteto e urbanista Paulo Gobbi também fez alguns apontamentos sobre pontos que considera sensíveis no diálogos sobre a reserva técnica. “Sempre vejo que a discussão sobre valores a serem cobrados começa pela tabela de honorários que absorve uma série de conflitos. Há uma confusão sobre como cobrar e o quê cobrar. Muitos arquitetos não percebem que há alternativas de expressar o valor do projeto”, avaliou.

Ele ainda expos como tem trabalhado com outros métodos de atuação. “Pouco depois que foi instituída a lei que torna irregular a prática de RT, sofri uma pressão dos profissionais que trabalham comigo no escritório para eliminarmos definitivamente do escritório. Então, entendemos que manter os lucros do projeto também era uma questão de transparência. O descritivo do nosso orçamento que era de duas páginas, hoje, tem sete páginas. Tudo isso para que o cliente entenda com clareza o que ele é cobrado e quais os custos de cada trabalho” revelou.

Para Rogério Lemos, a falta de coesão na ética profissional entre arquitetos é um dos aspectos que faz com que a prática irregular da Reserva Técnica se perpetue. “Na verdade, o consenso entre os lojistas é que o ideal é não pagar a comissão. Entende-se que é uma prática irregular. No entanto, o grande problema é que, apesar de configurar uma irregularidade, alguns profissionais ainda fazem uso. Dessa forma alguns lojistas, para garantir suas vendas, também seguem aderindo a RT, mesmo que ela fira a legislação”, disse.

O evento contou ainda com a participação do público no local e através das redes sociais que manifestaram sua opinião a respeito da reserva técnica, transparência, mercado de trabalho e o papel de arquitetos e urbanistas na sociedade.

Para assistir ao  Talk Show, acesse o vídeo.


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