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O ano era 2010. Depois de anos de luta para que os arquitetos pudessem contar com uma estrutura autônoma de representação, a Lei Federal 12.378/2010 foi sancionada para criar o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil.  Desde 2003, as entidades de arquitetura e urbanismo defendiam um anteprojeto de lei para a regulamentação da profissão e criação do CAU. O movimento contou com a participação de arquitetos que até hoje são referência para a categoria, dentre os quais, Oscar Niemeyer.

Personagens que estiveram no centro desta história em Santa Catarina participaram da 100ª Plenária Ordinária do CAU/SC no dia 18 de fevereiro. O CAU abriu pauta especial para celebrar a primeira década de história. Estes personagens são o primeiro presidente eleito do CAU/SC, Ronaldo de Lima; o primeiro conselheiro federal a representar Santa Catarina no CAU/BR, Roberto Simon; e o então representante da Federação Nacional dos Arquitetos (FNA), Ângelo Arruda.

O arquiteto Ronaldo Lima recordou a primeira fase da existência do CAU/SC, logo após a separação do CREA. “Tínhamos uma sala e dois funcionários cedidos. O CREA nos entregou a base de dados dos arquitetos – 4.500 naquela época. Tínhamos que fazer a migração do sistema e todos os atendimentos”, lembrou. “Havia um ideal, uma expectativa de sermos um conselho contemporâneo, que conseguisse impactar os profissionais, mas a gente se perdeu um pouco no roteiro. Fico feliz que este conselho tenha iniciativas de se reaproximar da categoria, mas a gente não construiu uma ponte que faça com o que os arquitetos vejam este conselho como uma coisa boa pra eles. As pautas (do conselho) precisam alcançar a sociedade.”

“É uma alegria muito grande participar deste momento da história deste conselho que ajudei a construir, junto com outros guerreiros. São cem plenárias do ano décimo da criação e do ano oitavo da instalação do conselho. Para mim, a data política mais importante é a da assinatura da Lei 12.378, em 30 de dezembro de 2010”, disse o arquiteto Ângelo Arruda. “É tempo de avaliar o que é que estamos fazendo dentro de cada um dos conselhos. Lá atrás, nós dizíamos que não iríamos nos burocratizar”, recordou. Arruda trouxe também uma mensagem do segundo presidente do CAU/SC, arquiteto Luiz Alberto de Souza.

Primeiro conselheiro federal dos arquitetos catarinenses, Roberto Simon lembrou que hoje há quase 180 mil arquitetos no país e que este número chegará a 320 mil tão logo os cerca de 150 mil estudantes forem egressos das 800 escolas de arquitetura existentes no Brasil. O arquiteto, que atualmente é vice-presidente da União Internacional dos Arquitetos (UIA) para as Américas, conclamou a categoria à união pelo avanço das pautas comuns. “As pessoas acham que política se faz na relação entre iguais. Isso é totalitarismo. A política se dá na relação entre os diferentes” afirmou, citando a filósofa Hannah Arendt. “Nossas diferenças tem que ser superadas no diálogo”, completou.

Em discurso que encerrou o ato, a presidente Daniela Sarmento, afirmou que o CAU vive justamente o momento de reprojetar a sua trajetória para acomodar as necessidades da categoria. “Hoje estamos em condição de avaliar o protótipo que construímos desde 2012 para melhorá-lo. Temos novos desafios: precisamos enfrentar a nossa dificuldade de comunicação com os novos arquitetos e de contribuir com a sociedade. Assim, chegaremos, de fato, à raiz da nossa tarefa, que é a construção de uma cultura em que o país entenda e acompanhe os arquitetos na defesa das cidades”, disse a presidente.

Daniela Sarmento também prestou homenagem aos profissionais que se dispuseram a construir o CAU. “Este conselho é resultado de trinta anos de reflexão. Temos que honrar a energia dos nossos colegas e também todas as dificuldades que tivemos pra chegar até aqui”, afirmou. A presidente também lembrou o avanço que representa para o CAU ter um plenário com equidade de gênero. “Quando nos dispusemos a concorrer, nos perguntamos: e se a gente errar? Nosso acerto foi a decisão coletiva. Todos podemos errar e, da mesma forma, consertar os erros”.

 

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